Ola meus amigos e amigas, disponibilizo aqui um material, na qual ressalta a importância de materiais paradidáticos em aulas de Física. espero que gostem ...

[1] RODRIGUES, M. A. A leitura e a escrita de textos paradidáticos na formação do futuro professor de Física. Ciência e Educação (Bauru), v. 21, n.3, p. 765-781, 2015.
[2] CALDAS, G. Mídia e políticas públicas para a comunicação da ciência. In: PORTO, C. M.; BROTAS, A. M. P.; BORTOLIERO, S. T. (Organizadores). Diálogos entre ciência e divulgação científica: leituras contemporâneas. Salvador: EDUFBA, 2011, p. 19-34.
[3] DIAS, R. H. A.; A. M. J. P. M. Especificidades do jornalismo científico na leitura de textos de divulgação científica por estudantes de licenciatura em física. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 31, n.4, p. 4401-1 a 4401-12, 2009.
            A dissertação que segue visa resenhar criticamente os textos acima citados os quais o [1] deu-se na busca do quão é importante o uso de textos paradidáticos na formação dos docentes em Física, ressaltando a leitura e escrita de artigos científicos com base nos documentos oficiais, e num segundo momento, o desdobramento de estórias com uma apelação aos conceitos físicos para que se chegue a uma conclusão. A experiência ocorreu na Universidade Federal do Piauí, numa turma de 23 estudantes de Metodologia do Ensino de Física, com caráter avaliativo.
            A citação [2] nos remete ao quanto à mídia e as políticas públicas para comunicação da ciência tem sido efetivas e imparciais ou não, no ato de informar os leitores, e formar criticamente uma opinião sobre os assuntos abordados dando margem ao posicionamento dos mesmos. O caráter do texto é por vez, qualitativo no que tange os assuntos mais balizados pela divulgação científica, suas implicações e público alvo, hora quantitativo, ao ressaltar números percentuais de investimentos em pesquisas de Ciência Tecnologia e Informação no contexto nacional.  
            Na sequência, o texto [3], é parte de uma pesquisa feita numa turma de ingressantes no curso de Física, na disciplina de Conhecimento em Física escolar I, no primeiro semestre de 2007 na Universidade Estadual de Campinas, em que coincidentemente como a citação [1], 23 estudantes foram expostos a textos jornalísticos científicos os quais foram selecionados mediante a condição de relatar pesquisas na área da Física, neste caso o caráter da pesquisa não se enquadrava numa situação avaliativa para os estudantes, que posteriormente às leituras, responderam a questionamentos quanto a utilização ou não de textos paradidáticos em sua formação e posteriormente no exercício da profissão docente.
            Se tomarmos como norteadores os documentos oficiais, em especial a LDB, ao afirmar no seu artigo 36, que:
I - destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do significado da ciência, das letras e das artes; o processo histórico de transformação da sociedade e da cultura; a língua portuguesa como instrumento de comunicação, acesso ao conhecimento e exercício da cidadania;
II - adotará metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a iniciativa dos estudantes; [...]
Perceberemos que é necessária a inserção de textos paradidáticos no processo de ensino e aprendizagem não somente no ensino médio como sugere a LDB, mas em todas as esferas do ensino, visto que, a linguagem verbal ou não verbal, escrita, de códigos e signos dão proximidade aos conteúdos abordados, significado à ciência já estabelecida e deveria também estimular a curiosidade dos estudantes na busca das incógnitas em aberto desta mesma ciência, em especial da Física.    
                Como metodologias de ensino o uso destes textos paradidático mostrou-se eficaz nos públicos alvos das pesquisas acima descritas, e por testemunho, reafirmo o quanto são esclarecedores os textos quando bem selecionados pelos docentes e debatidos em sala de aula. Porém, vale ressaltar que boa parte dos artigos científicos quando direcionados a comunidade acadêmica universitária ainda utiliza uma linguagem robusta, própria de uma ciência saudosista, conservadora e absolutista com um intuito ultrapassado do modelo de alfabetização científica, que já não cabe aos moldes atuais como citado em [2]. Hoje os modelos de artigos científicos, e anterior a isto, de jornalismo científico, apesar de ainda estarem em expansão é o modelo de participação pública, que unido à experiência leiga reconhece os saberes dos indivíduos, com dialogo e democracia.
            Desta forma, podemos citar a Matriz Curricular do Exame Nacional do Ensino Médio (BRASIL, 2009) que ao enunciar a seguinte habilidade aos estudantes das ciências:
 “Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências Físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica” (BRASIL, 2009, p. 9).
            E assim cabe ao docente nos diferentes níveis de ensino se valer de textos paradidáticos para discutir situações atuais referentes a ciência e tecnologia, bem como para diversificar a metodologia de ensino e aprendizagem, avaliação e estimulo discente na busca de solucionar e/ou pelo menos discutir sobre situações problemas no âmbito, regional, nacional e global, que nos moldes do ensino atual é sem dúvida o objetivo geral do ensino institucionalizado contemporâneo, “ou deveria ser”.
            Conforme os PCN+ os meios de informação atuais, isto é, jornal, livros de ficção científica, literatura, programas de televisão, vídeos, promovem diversas leituras e/ou análises críticas, podem ser usados de forma avaliativa e motivadora como as pesquisas, tornando assim mais uma alternativa pedagógica em sala de aula ou extra classe sendo este um momento de aprendizagem quanto ao desenvolvimento da leitura e interpretação de textos e enfrentamento de situações-problema. Contudo, os textos objetos desta resenha, apresentam um déficit dos discentes quanto a leitura e compreensão de artigos científicos, e se agravam mais ainda quando se solicita a escrita de materiais científicos.
Como justificativa os autores sinalizam que tais dificuldades perpassam o todo o processo de formação dos novos docentes, em outras palavras, temos que, os professores formadores por não terem tido contato efetivo com leituras e escritas no âmbito formador, ao se depararem hoje formando novos profissionais também não sabem e/ou não querem o comprometimento da inserção de textos paradidáticos nas suas aulas, o que é grave se olharmos pelo lado do perdurar do método tecnicista e tradicionalista, fato este relatado por Terrazzan [4] ao dizer que:
(...) um dos maiores problemas apontados em relação ao uso de textos em sala de aula refere-se às dificuldades que tanto os alunos quanto os professores possuem em ler e se expressar tanto através da oralidade quanto da escrita. Boa parte dos professores justificou que sua pouca pratica ou habito de leitura, seja de materiais de divulgação científica ou de quaisquer outros materiais, deve-se fundamentalmente ao pouco incentivo que receberam nesse sentido sobretudo durante sua formação acadêmica. Segundo estes professores as instituições e os docentes que os formaram não justificavam a importância e a necessidade de realização de leitura para a formação de um professor, enquanto sujeito capaz de ter suas próprias interpretações e opiniões sobre diferentes assuntos.
            Verdade seja dita que os novos docentes especialistas em educação estão buscando paulatinamente através de pesquisas e demonstrações de resultados como é o caso do texto [2], que o formato tecnicista não supre mais as necessidades da vida contemporânea, e que é essencial a discussão interdisciplinar e transdisciplinar em [6] sobre ciência, tecnologia e sociedade, história e filosofia da ciência, seus pós e contra numa visão politica, ética e moral.
            Ademais, cabe citar Freire (2004) ao afirma que a leitura do mundo precede a leitura das palavras e que o docente deve respeitar a “leitura do mundo” com que o educando chega à escola. Se o estudante possui a cultura da leitura, fica fácil ao docente inserir esta pratica pedagógica de textos paradidáticos dentro e fora da escola, porém como a grande maioria não possui esta pratica, inclusive o professor, aí vale a máxima bíblica que enuncia: “a resolução de qualquer problema deve começar em mim”, ou seja, o professor antes de tudo deve obter o gosto pela leitura e escrita, somente aquele que pratica tem propriedade e autoridade adquirida para fomentar em seus discentes a cultura da leitura, em especial, inicialmente a leitura de textos curtos no próprio livro didático, o boxe, “você sabia”, “curiosidades”, dentre outros. Posteriormente, às revistas científicas, que podem intervir na compreensão dos conceitos abordados de forma contextualizada, e articular interdisciplinarmente e transdisciplinarmente diversos conceitos científicos à realidade e formação do aluno, como ser pensante crítico, reflexivo e criativo.
            Por fim, vale dizer que indicaria a leitura dos textos resenhados a todos os licenciandos e docentes, pois, os mesmos ressaltam a importância da prática da leitura investigativa, expositiva, científica e lúdica, as quais facilitam a compreensão dos conteúdos quando bem interpretadas as suas analogias, e metáforas, que permeiam toda a divulgação científica. A sua inserção no ambiente escolar de forma pedagógica e paradidática, é uma pratica primordial ao processo de ensino e aprendizagem, pratica esta, que vem sendo sufocada pelos meios imediatistas da tecnologia da comunicação, os quais a depender da estrutura física e adesão do professor podem ser revertidos também em materiais paradidáticos, e fica em aberto a discussão de mais esta prática contemporânea para posteriores trabalhos.                            

Referências Bibliográficas
[4] E.A. Terrazzan, in Atas do VIII Encontro de Pesquisa em Ensino de Física, Águas de Lindoia, SP, 2002, p. 1-17.
[5] LOPES, A. R. C. Conhecimento escolar: ciência e cotidiano. Rio de Janeiro: Ed. UERJ, 1999, p. 103 – 156.
[6] SOUSA, J. G.; PINHO, M. J. Interdisciplinaridade e transdisciplinaridade como fundamentos na ação pedagógica: aproximações teórico-conceituais. Revista Signos, Lajeado, ano 38, n. 2, 2017.

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