ola meus amigos e minhas amigas, disponibilizo aqui um breve texto sobre o modelo cinético para lei de Ohm... espero que goste...
Modelo
Cinético para lei de Ohm.
No final do século XIX, com a descoberta
o elétron (partícula carregada que seria responsável pelos fenômenos
elétricos), surgiu a necessidade de explicar os fenômenos elétricos usando a
ideia do elétron, incluindo assim as leis de Ohm. Da eletrostática sabia-se que
o valor do potencial elétrico é o mesmo em todos os pontos de um condutor em
equilíbrio eletrostático. Em outras palavras, nessa situação não há diferença
de potencial entre dois pontos quaisquer de um metal eletrostaticamente
carregado.
No entanto, em um material condutor os
elétrons mais externos aos átomos estão fracamente ligados aos núcleos. Devido
à energia térmica, esses elétrons estão livres para se mover aleatoriamente ao
longo do condutor, em uma visão simplista de um material condutor, seria de um
mar de elétrons livres em movimento aleatório devido às flutuações térmicas, e
um conjunto de íons de fundo, provenientes dos átomos dos quais os elétrons de
condução se originaram.
Na presença de um campo elétrico, surge uma
força sobre os elétrons livres, fazendo com que além do movimento aleatório
eles possuam um movimento ordenado na direção do campo. Quando isso acontece, o
condutor não está mais em equilíbrio eletrostático. Uma análise preliminar pode
dar a impressão que sob a influência dessa força a velocidade dessas cargas
aumentaria indefinidamente. Na verdade, isso não ocorre devido a colisões entre
os elétrons de condução e os íons de fundo. Para descrever este mecanismo de
condução podemos utilizar um modelo microscópico conhecido também como modelo
de Drude, cujas principais hipóteses são:
i. Não há interação elétron-elétron ou
elétron-íon no intervalo entre as colisões;
ii. As colisões ocorrem abruptamente e
os íons não se movem;
iii. Existe um tempo médio entre
colisões (∆t);
iv. Após cada colisão, o elétron perde a
“memória” sobre sua trajetória e velocidade;
Assumindo que um condutor de comprimento
∆L (figura 1) está submetido a uma
diferença de potencial V. A aplicação
de V faz com que apareça um campo
elétrico de intensidade E = V /∆L no
condutor. Logo, um dado elétron de condução será submetido a uma força elétrica
(F=-eE), sendo acelerado até atingir
uma velocidade v durante um tempo ∆t. Então, podemos escrever que a
variação de velocidade atingida por esse elétron é:
Figura 01: condutor submetido a
uma diferença de potencial.
Assim a quantidade de carga que flui
através da seção transversal do condutor pode ser escrita da forma ∆Q= n(-e)Avm∆t, onde n
representa a densidade volumétrica dos elétrons de condução, e a carga do elétron, A a seção transversal do condutor, vm a velocidade média de
deslocamento dos elétrons e ∆t o
tempo decorrido. Logo a corrente elétrica que flui através do condutor pode ser
escrita da forma:
Assim a velocidade média atingida pelo elétron
e dado por:
É importante salientar que o valor médio
da velocidade é o valor da velocidade de arraste dos elétrons devido à
aplicação do campo e não a velocidade individual de cada elétron. No entanto, estima-se a velocidade
adquirida pelos elétrons devido a agitação térmica pode ser feita considerando
um teorema da Física estatística, (Teorema da Equipartição da Energia), que
estabelece que a cada grau de liberdade de translação dos elétrons contribui
com kBt/2 para a energia
térmica dos mesmos (kB é
denominada de constante de Boltzman e T
é a temperatura). Assim, igualando a energia cinética média dos elétrons com a
energia térmica, temos que:
Onde me
é a massa do elétron e v2
é a média do quadrado das velocidades dos elétrons. De onde tiramos que:
vrms
é
usualmente referido como valor quadrático médio da velocidade dos elétrons. O valor de velocidade
obtido é conhecido como velocidade de Fermi, sendo o seu valor aproximando de vF=1,57x106
m/s a temperatura ambiente. Para fins de
maiores cálculos, observa-se que a velocidade média de arraste dos
elétrons devido ao campo é muito menor que a velocidade devido a agitação
térmica, tipicamente mais de dez ordens de grandeza menor.
Da quarta hipótese, a velocidade de um
elétron após uma colisão tem direção aleatória. No entanto, o que importa é o
comportamento coletivo dos elétrons, e não os comportamentos individuais, de
modo que, a média de velocidades sobre todos os elétrons, que resulta que a velocidade
após a colisão é nula.






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